Esse texto vem bem de encontro com o que penso! Aqui em casa falam que não faço isso, não faço aquilo, etc...
Me identifiquei muito, mais uma vez, com os escritos do Dr. Camargo, que além de médico, deixa o coração agir sempre.
Leiam e pensem.
beijos, chica e boa leitura!
(((o)))o(((o)))o(((o)))
Dois exemplos de homens ensinam que viver é muito mais do que simplesmente durar
Estabelecido que a nossa chance de longevidade depende de como vivemos e, em muito, do que comemos, deparamos com uma ciranda de culpados num infindável revezamento. Assim, o pobre ovo já foi considerado o execrável fomentador do infarto, anos depois transferido para uma prisão albergue e, há pouco, completamente inocentado. Agora, a gema já pode escorrer outra vez entre os grãos de arroz sem sentimento de culpa.
Mas a controvérsia não termina por aí. As demonstrações, consideradas inequívocas do dano provocado pela carne vermelha, por exemplo, nunca explicaram por que a incidência de coronariopatias não é maior na Argentina, o país com o mais alto índice de consumo de churrasco por milhão de habitantes do planeta.
No colesterol, todo mundo bateu muito, e ele só não foi acusado de formação de quadrilha. Depois, houve certo constrangimento entre os médicos que impunham restrições e entre os pacientes que abdicavam de muitos prazeres da gula para manter o colesterol abaixo de 200 mg/dl, quando se descobriu que os esquimós, com dieta riquíssima em gordura animal, desfilam frajolas com um índice médio de 1.000 mg/dl. A propósito, ficou claro que colesterol alto, desacompanhado de estresse, é quase inofensivo. Como parecia impensável um esquimó estressado olhando a monotonia daquelas geleiras, tudo se explicava.
Nos anos 70, ainda se fumava nos hospitais, e o seu Osório, internado na velha enfermaria 29, piorava a cada dia. Apesar da insistente recomendação médica, não conseguia parar de fumar. O estagiário responsável por ele pediu socorro ao professor Rigatto, grande mestre, e ferrenho opositor ao fumo. O professor, do alto de sua sapiência, ensinou: "Convencer o paciente depende do nosso grau de convicção. Venha comigo!".
Quando se acercaram do leito, o velho dava mais uma pitadinha. O professor foi enfático: "Seu Osório, será que o senhor não percebe que este maldito cigarro está reduzindo a extensão da sua vida?". O pobre paciente, um pouco constrangido pelo fogo cerrado, argumentou: "Me desculpe, professor, mas nunca ouvi dizer que a vida tivesse extensão. Sempre achei que fosse só largura!".
O Reinaldo tem 70 anos e é um italianão meio tosco, com a simplicidade de quem sempre viveu na colônia. Quando sentou para ouvir as recomendações do clínico que, lhe alertaram, era um grande especialista, nem imaginava o rosário de restrições: "Seu Reinaldo, sua saúde não está nada bem. Quatro coisas precisam ser modificadas. Primeiro, com o colesterol em 400, o senhor não pode mais comer queijo, salame. E copa, nem sonhar. Segundo, os exames do fígado impedem que o senhor tome vinho. Terceiro, com uma glicose de 390 mg/dl, o senhor está diabético e não poderá mais comer massa, pão, esses carboidratos. E quarto..."
O gringo saltou da cadeira e, em pé, encheu a sala de sotaque: "Pode parar. Não quero saber da quarta proibição. Com as três primeiras, já prefiro morrer". E foi embora com alguma curiosidade pela última, que devia ser a mais terrível, senão não teria ficado para o fim. Pelo menos estava livre do quarto sentimento de culpa. Sozinho, riu desta sensação.
Na singeleza de suas almas puras, esses dois simplórios ensinaram, sem perceber, que viver é muito mais do que simplesmente durar. E que alongar a vida às custas da total supressão do prazer talvez não seja a escolha mais inteligente.
J. J. Camargo:
A largura da vida
Dois exemplos de homens ensinam que viver é muito mais do que simplesmente durar
Estabelecido que a nossa chance de longevidade depende de como vivemos e, em muito, do que comemos, deparamos com uma ciranda de culpados num infindável revezamento. Assim, o pobre ovo já foi considerado o execrável fomentador do infarto, anos depois transferido para uma prisão albergue e, há pouco, completamente inocentado. Agora, a gema já pode escorrer outra vez entre os grãos de arroz sem sentimento de culpa.
Mas a controvérsia não termina por aí. As demonstrações, consideradas inequívocas do dano provocado pela carne vermelha, por exemplo, nunca explicaram por que a incidência de coronariopatias não é maior na Argentina, o país com o mais alto índice de consumo de churrasco por milhão de habitantes do planeta.
No colesterol, todo mundo bateu muito, e ele só não foi acusado de formação de quadrilha. Depois, houve certo constrangimento entre os médicos que impunham restrições e entre os pacientes que abdicavam de muitos prazeres da gula para manter o colesterol abaixo de 200 mg/dl, quando se descobriu que os esquimós, com dieta riquíssima em gordura animal, desfilam frajolas com um índice médio de 1.000 mg/dl. A propósito, ficou claro que colesterol alto, desacompanhado de estresse, é quase inofensivo. Como parecia impensável um esquimó estressado olhando a monotonia daquelas geleiras, tudo se explicava.
Nos anos 70, ainda se fumava nos hospitais, e o seu Osório, internado na velha enfermaria 29, piorava a cada dia. Apesar da insistente recomendação médica, não conseguia parar de fumar. O estagiário responsável por ele pediu socorro ao professor Rigatto, grande mestre, e ferrenho opositor ao fumo. O professor, do alto de sua sapiência, ensinou: "Convencer o paciente depende do nosso grau de convicção. Venha comigo!".
Quando se acercaram do leito, o velho dava mais uma pitadinha. O professor foi enfático: "Seu Osório, será que o senhor não percebe que este maldito cigarro está reduzindo a extensão da sua vida?". O pobre paciente, um pouco constrangido pelo fogo cerrado, argumentou: "Me desculpe, professor, mas nunca ouvi dizer que a vida tivesse extensão. Sempre achei que fosse só largura!".
O Reinaldo tem 70 anos e é um italianão meio tosco, com a simplicidade de quem sempre viveu na colônia. Quando sentou para ouvir as recomendações do clínico que, lhe alertaram, era um grande especialista, nem imaginava o rosário de restrições: "Seu Reinaldo, sua saúde não está nada bem. Quatro coisas precisam ser modificadas. Primeiro, com o colesterol em 400, o senhor não pode mais comer queijo, salame. E copa, nem sonhar. Segundo, os exames do fígado impedem que o senhor tome vinho. Terceiro, com uma glicose de 390 mg/dl, o senhor está diabético e não poderá mais comer massa, pão, esses carboidratos. E quarto..."
O gringo saltou da cadeira e, em pé, encheu a sala de sotaque: "Pode parar. Não quero saber da quarta proibição. Com as três primeiras, já prefiro morrer". E foi embora com alguma curiosidade pela última, que devia ser a mais terrível, senão não teria ficado para o fim. Pelo menos estava livre do quarto sentimento de culpa. Sozinho, riu desta sensação.
Na singeleza de suas almas puras, esses dois simplórios ensinaram, sem perceber, que viver é muito mais do que simplesmente durar. E que alongar a vida às custas da total supressão do prazer talvez não seja a escolha mais inteligente.
Chica eu adorei isto, vou me livrar de algumas culpas, já, já,rsrsrsrsrs beijos
ResponderExcluirlindo texto.
ResponderExcluirprincipalmente por mencionar o nome do meu saudoso pai.REYNALDO
o cara fantastico.saudade.
obrigada pelo carinho sempre.
beijocas,sejamos gentil
Oi Chica querida!
ResponderExcluirÓtimo texto.
Beijos e bom fds
Quero muitas larguras na minha vida. E será mais ou menos extensa, de acordo com a vontade Dele.
ResponderExcluirOra aqui está minha amiga, um texto que além de fazer pensar nos faz rir :)
ResponderExcluirTão verdadeiro e sensato :)
ADOREI!!!
beijinho
beijinho
ResponderExcluirHello, ✿ chica.
Good feeling works.
Thank you for your visiting always.
Best week is coming.
Greeting
From Japan, ruma ❃
Um texto que nos faz refletir. VENHO TE FAZER UM CONVITE SPAM kkkkkkk "oh! abre alas que eu quero passar *risos* - pois é peço permissão para agora lançar o novo evento da ilha - sim... a ilha não para nunca e desde já espero que a nação blogueira se balance e indique um blogueiro e uma blogueira para serem o rei e a rainha do carnaval das ondas - esta indicação tem que ser enviada para meu email até o dia 26 de fevereiro (quarta-feira) e irei divulgando os votos na ilha, ao final farei um sorteio (manual) e o casal sorteado abrirá o carnaval nas ondas dia 28* (sexta feira) - ups* mais detalhes depois direi, mas já podem indicar os nomes, meu e mail é lavanda64@gmail.com
ResponderExcluirBASTA ESCREVER: INDICO PARA REI DO CARNAVAL DAS ONDAS O BLOGUEIRO “FULANO DE TAL” DO BLOG “TAL” E PARA RAINHA DO CARNAVAL DAS ONDAS O BLOGUEIRO “FULANO DE TAL” DO BLOG “TAL” – e no dia 27 farei um sorteio manual. Sua indicação não será revelada. Tá vendo é simples e indolor *gargalhadas* - beijos no coração.
Wishing you a lovely day.
ResponderExcluirOi Chica! Muito bom o texto! Até engordar é assim nesse esquema: algumas pessoas comem de tudo e não engordam, mas não é isso ou aquilo que engorda, é o somatório de vários fatores além de simplesmente a comida! Bjks e uma semana abençoada! Tetê
ResponderExcluirInteressante esse texto! E tem razão tb,pois se fossemos fazer tudo que é recomendado para a boa saude não sairíamos da academia e só comeríamos alface e água. Gostei! bjs,
ResponderExcluirTexto interessante, mas meio radical vindo de um médico.
ResponderExcluirEu concordo que precisamos viver, mas também não precisamos nos envenenar. Quando jovens não pensamos em nenhuma restrição, mas se pelo menos fôssemos mais moderados, ao envelhecer não passaríamos tanto trabalho.
Bjs
Gostei do texto, chica:)
ResponderExcluirBeijos e boa semana!
O texto é uma espécie de desabafo, mas muito corajoso e 100% sincero. Muito bom, Chica. bjs
ResponderExcluirOi Chica,
ResponderExcluirVamos nos permitir algumas extravagâncias, senão a vida perde a graça!
Muito bom o texto, além de divertido...
Desejo um ótimo feriado prolongado.
Bjs \o/
Oi Chica,
ResponderExcluirEsta coisa de suprir tudo o que nos traz prazer à mesa é terrível mesmo, estou numa dieta daquelas contra o colesterol. Sou bem magra mas engordo por dentro. E a felicidade parece que vai embora mesmo. Mas fazer o que?
Eu só engordo por dentro. E as vezes penso queria ser um esquimó
.Antes as pessoas não tinham muito conhecimento das coisas, sem internet, e pode ser que morressem mais cedo, por não descobrirem a causa e a cura dos males, mas tenho certeza, eram mais felizes. Na verdade acho que o stress é o grande vilão.
bjs. Adorei o texto. Temos que refletir muito.